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Médicos no Brasil: Estratégias Para Reduzir a Carga Tributária CLT x Autônomo x PJ

A profissão médica no Brasil é marcada por uma jornada extenuante, frequentemente envolvendo múltiplos empregos em diferentes clínicas e hospitais, com longos períodos de plantão. Essa carga horária intensa deixa pouco espaço para que estes profissionais se dediquem às demandas administrativas e de gestão de seus negócios, sejam eles formalizados como pessoa jurídica (CNPJ) ou atuando como celetistas. A administração eficiente é crucial não apenas para manter a excelência no atendimento ao paciente, mas também para o gerenciamento de relações com planos de saúde, prescrições médicas, e, não menos importante, para as obrigações fiscais e financeiras.

Ao contrário de outros profissionais que conseguem alocar tempo para suas tarefas administrativas, os médicos raramente encontram momentos durante a semana para essas atividades, relegando-as muitas vezes apenas aos finais de semana. Essa gestão do negócio, porém, é vital para assegurar sua viabilidade econômica a longo prazo.

Entre as responsabilidades fiscais inescapáveis estão a emissão de notas fiscais, a conferência de recebimentos, a manutenção de um livro caixa adequado e, claro, o pagamento de impostos. Fazer isso de maneira eficaz não é apenas uma questão de obrigação legal, mas também uma estratégia inteligente de negócios para minimizar legalmente a carga tributária e maximizar a rentabilidade.

Com o intuito de auxiliar médicos e demais profissionais da saúde a navegar por este complexo cenário fiscal, a CONTFLIX desenvolveu um guia prático. 

O objetivo? 

Proporcionar um caminho claro para a redução legal de impostos, assegurando que os profissionais possam dedicar-se ao que fazem de melhor: cuidar da saúde de seus pacientes, sem descuidar da saúde financeira de seus empreendimentos. Este conteúdo se destina a responder uma questão fundamental: como os médicos podem pagar menos impostos de forma legal e eficiente? Se esse é seu interesse, acompanhe as orientações a seguir.

Médico: Quando devo pagar de impostos?

A carga tributária de um médico no Brasil varia significativamente conforme a forma escolhida para a prestação de serviços e recebimento de rendimentos. Essa escolha impacta diretamente nos impostos a serem pagos e requer uma análise cuidadosa dos prós e contras de cada opção. Vamos explorar as três principais modalidades de atuação profissional para médicos: Empregado CLT, Prestador de Serviço Autônomo, e Pessoa Jurídica.

 

Empregado CLT

Prós: Segurança trabalhista com direitos como férias, 13º salário, FGTS;

Menor preocupação com aspectos fiscais e burocráticos, pois a empresa contratante é responsável pelos recolhimentos tributários e previdenciários.

Contras: Menor flexibilidade de horários;

Possibilidade de menor remuneração líquida em comparação às outras modalidades, devido aos encargos trabalhistas pagos pelo empregador.

Tributação: Na modalidade CLT, o médico é tributado na fonte pelo Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), seguindo a tabela progressiva do IR, além das contribuições ao INSS, que variam conforme a faixa salarial.

Prestador de Serviço Autônomo

Prós: Maior flexibilidade de horários e locais de trabalho;

Autonomia na gestão profissional e possibilidade de negociar diretamente com os contratantes.

Contras: Maior responsabilidade com a gestão fiscal e burocrática;

Necessidade de pagar o carnê-leão (IRPF) mensalmente e contribuição ao INSS de forma individual.

Tributação: O médico autônomo deve recolher mensalmente o IRPF através do carnê-leão, com base na tabela progressiva, e contribuir para o INSS como contribuinte individual, o que pode representar uma alíquota efetiva maior em comparação à CLT, dependendo da renda.

Pessoa Jurídica (PJ)

Prós: Potencial para uma carga tributária mais baixa, especialmente se optar pelo Simples Nacional ou pelo Lucro Presumido;

Maior flexibilidade na gestão dos rendimentos e despesas da empresa.

Contras: Maior complexidade na gestão empresarial e obrigações fiscais.

A escolha entre essas modalidades deve levar em conta não apenas a questão tributária, mas também fatores como a flexibilidade desejada, o nível de burocracia que se está disposto a administrar, e os objetivos profissionais de longo prazo. É crucial uma análise detalhada e, se possível, a consulta com um contador especializado na área médica, para fazer a escolha mais adequada às suas necessidades e objetivos profissionais, conte com a CONTFLIX para te ajudar a tomar essa decisão.

Médico: Tributação CLT.

A tributação de um médico empregado sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Brasil envolve contribuições previdenciárias ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o desconto do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) diretamente na fonte. Como qualquer outro profissional CLT, o médico tem seu salário sujeito a essas deduções mensais, conforme as faixas salariais e alíquotas estabelecidas.

Para o ano de 2024, as faixas de contribuição ao INSS para empregados, inclusive médicos, foram definidas da seguinte forma:

Salário (de) Salário (até) Alíquota Parcela a deduzir
0,00 1.412,00 7,5%
1.412,01 2.666,68 9,0% 21,18
2.666,69 4.000,03 12,0% 101,18
4.000,03 7.786,02 14,0% 181,18

Essas alíquotas são aplicadas de maneira progressiva, ou seja, cada porção do salário que se enquadra em uma faixa de contribuição diferente é tributada pela alíquota correspondente. Isso significa que o desconto do INSS não é fixo, mas sim proporcional ao salário do médico, assegurando que quanto mais ele ganha, maior será a contribuição, até o limite máximo estabelecido pela faixa salarial mais alta.

Além do INSS, o médico CLT também está sujeito ao desconto do Imposto de Renda na Fonte, cujas alíquotas e faixas de isenção variam anualmente e são determinadas pela tabela progressiva do IRPF. Esta tabela estipula faixas de renda às quais são aplicadas alíquotas crescentes, que variam de isento até 27,5%, dependendo do total dos rendimentos tributáveis do médico.

É importante ressaltar que o IRPF considera deduções como dependentes, contribuição previdenciária oficial, pensão alimentícia, entre outras possíveis deduções legais, para o cálculo do imposto devido. Dessa forma, a tributação efetiva pode ser reduzida, beneficiando o contribuinte.

Essa estrutura tributária reflete o esforço do sistema tributário brasileiro em aplicar o princípio da progressividade fiscal, buscando uma distribuição mais equitativa da carga tributária, baseando-se na capacidade contributiva dos indivíduos.

A contribuição para o INSS possui de fato um limite máximo, conhecido como teto da contribuição, que para o exemplo citado está em R$ 7.786,02 Isso significa que independentemente do quanto o salário exceda esse valor, o desconto máximo de INSS será o correspondente à aplicação da alíquota sobre esse teto, que resulta em R$ 908,85 para salários acima desse limite. Assim, tanto um salário de R$ 8.000,00 quanto um de R$ 15.000,00 terão o mesmo valor de contribuição ao INSS.

Quanto ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), ele é calculado com base em uma tabela progressiva que estabelece alíquotas que variam de 0% a 27,5%, dependendo da faixa de renda do contribuinte. A tabela para o cálculo do IRPF é a seguinte:

Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela dedutível (R$)
Até 2.259,20 0% 0,00
De 2.259,21 até 2.824,00 

com desconto de R$ 564,80

0% 0,00
De 2.259,21 até 2.826,65 

sem desconto de R$ 564,80

7,5% 169,44
De 2.826,66 até 3.751,05 15% 381,44
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5% 662,77
Acima de 4.664,68 27,5% 896,00

Essas faixas são aplicadas após considerar as deduções permitidas por lei, como dependentes e outras possíveis deduções.

Para um exemplo prático, considerando um médico com um rendimento mensal CLT de R$ 15.000,00, o cálculo seria o seguinte:

Desconto do INSS: R$ 908,85 (6,05%)

Desconto do IRPF: R$ 2.990,10 (19,93% após aplicar a tabela progressiva do IRPF e considerar as deduções aplicáveis)

Isso resultaria em um salário líquido mensal de R$ 11.101,05, o que representa um desconto total de aproximadamente 25,99% sobre o salário bruto.

É importante lembrar que uma gestão contábil eficiente pode ajudar a otimizar a carga tributária e evitar erros que podem levar a multas. Serviços especializados, como os oferecidos pela CONTFLIX, podem ser valiosos para profissionais que buscam uma contabilidade segura e completa, desde a abertura do CNPJ até a gestão contábil do dia a dia.

Médico: Tributação Autônomo

Quando médicos escolhem atuar como profissionais liberais ou autônomos, eles se deparam com uma série de obrigações tributárias que podem afetar significativamente seus rendimentos. Essa modalidade de trabalho envolve a tributação pelo Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), contribuições ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o pagamento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), que varia conforme a legislação municipal.

Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF)

A alíquota do IRPF é progressiva, variando de acordo com a tabela do imposto, podendo chegar até 27,5% sobre a receita bruta do profissional. O cálculo é feito sobre o rendimento total do profissional, com a possibilidade de dedução de algumas despesas, como aquelas com saúde e educação, para determinar a base de cálculo do imposto.

INSS

Para o INSS, os profissionais autônomos contribuem com uma alíquota que pode chegar a 20%, quando serviços for prestados a pessoa física, aplicada sobre um valor de contribuição que varia de um mínimo até o teto máximo estabelecido pela Previdência Social. Essa contribuição garante ao profissional acesso a benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e licença-maternidade.

ISSQN

O ISSQN é um imposto municipal que incide sobre a prestação de serviços. A alíquota e a base de cálculo podem variar significativamente de um município para outro, sendo necessário consultar a legislação local para determinar os valores exatos. Alguns municípios oferecem regimes especiais de tributação para profissionais autônomos, podendo reduzir a carga tributária.

Para um exemplo prático, considerando um médico com um rendimento mensal autônomo de R$ 15.000,00, o cálculo seria o seguinte:

Desconto do INSS: R$ 908,85 (6,05%)

Desconto do IRPF: R$ 2.990,10 (19,93% após aplicar a tabela progressiva do IRPF e considerar as deduções aplicáveis)

Pagamento do ISSQN: R$ R$ 750,00 (5%, pode variar de 2% á 5%)

Isso resultaria em um rendimento líquido mensal de R$ 10.351,05, o que representa um desconto total de aproximadamente 30,99% sobre os rendimentos.

Aspectos Importantes:

Alta Tributação: Uma das principais preocupações para médicos que atuam nesta modalidade é a alta carga tributária, que pode diminuir significativamente o líquido recebido.

Fiscalização e Malha Fina: Profissionais autônomos estão mais expostos à fiscalização da Receita Federal, o que demanda uma organização contábil mais rigorosa para evitar problemas com o fisco.

Como os Médicos Podem Gerenciar Essa Tributação?

Contabilidade Especializada: Uma contabilidade que entenda as particularidades da profissão médica pode ajudar a encontrar as melhores práticas para economia fiscal, dentro da legalidade.

Deduções: Aproveitar todas as deduções permitidas por lei para reduzir a base de cálculo do IRPF.

Planejamento Tributário: Estratégias como a constituição de uma pessoa jurídica (quando vantajoso) e o aproveitamento de regimes fiscais mais benéficos podem ser consideradas.

A decisão de atuar como profissional liberal ou autônomo deve levar em conta esses fatores tributários, além das liberdades profissionais e responsabilidades que essa escolha implica. A assistência de um contador especializado como a CONTFLIX pode ser crucial para navegar com sucesso por essas questões tributárias complexas.

Médico: Tributação como Pessoa Jurídica – PJ

A tributação de médicos que optam por atuar como Pessoa Jurídica (PJ) e que se enquadram no Simples Nacional representa uma abordagem estratégica para a gestão fiscal de suas atividades. Este regime tributário simplificado consolida diversos impostos em um único documento de arrecadação, o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), o que pode facilitar significativamente a administração tributária e reduzir a carga tributária total.

Impostos no Simples Nacional para Médicos

DAS: Inclui impostos como IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, CPP, ISS (e ICMS e IPI, se aplicável), calculados sobre o faturamento total. A atividade médica pode ser tributada sob o Anexo III ou V do Simples Nacional, com a escolha dependendo do fator R.

Fator R: Determina a tributação no Anexo III (para fator R igual ou superior a 28%, com alíquotas a partir de 6%) ou no Anexo V (para fator R inferior a 28%, com alíquotas iniciais de 15,5%).

INSS: O recolhimento da contribuição previdenciária é feito separadamente do DAS, sobre o valor do pró-labore, com alíquota de 11% e limitado ao teto do INSS.

IRRF: O Imposto de Renda Retido na Fonte é aplicável ao pró-labore, seguindo a tabela progressiva do IRPF.

Exemplo de Cálculo para Faturamento Mensal de R$ 15.000,00

Tomando como base um rendimento mensal bruto de R$ 15.000,00 para um médico tributado pelo Anexo III, com fator R igual ou superior a 28%, temos:

Valor Bruto: R$ 15.000,00

Imposto sobre faturamento: R$ 900,00 (6%)

Serviço do contador (média): R$ 500,00 (3,33%)

INSS sobre pró-labore: R$ 463,65 (3,09%)

IRPF sobre pró-labore (estimativa): R$ 182,65 (1,22%)

Valor Líquido Mensal: R$ 12.953,70

Isso resultaria em um lucro líquido mensal de R$ 12.953,70, o que representa um desconto total de aproximadamente 13,64% sobre o faturamento bruto.

Este cálculo considera o custo médio dos serviços contábeis, necessário devido à impossibilidade de médicos se enquadrarem como MEI, além do imposto de renda calculado sobre um valor mínimo de pró-labore para atingir o fator R.

Considerações Importantes

A escolha entre Anexo III e Anexo V depende de uma análise cuidadosa do fator R, que pode influenciar significativamente a carga tributária.

A gestão contábil torna-se crucial, especialmente para otimizar o pró-labore e maximizar a eficiência fiscal.

Médicos não podem optar pelo MEI, tornando obrigatória a contratação de serviços de contabilidade para gerir as obrigações fiscais.

Escolher atuar como PJ e se enquadrar no Simples Nacional pode oferecer vantagens significativas em termos de simplificação e potencial redução da carga tributária para médicos, mas requer um planejamento cuidadoso e a assistência de profissionais contábeis especializados.

Além do Simples Nacional, tem várias outras formas de atuar como Pessoa jurídica, veja: https://blog.contflixcontabilidade.com.br/o-melhor-regime-tributario-para-medicos-pj/

Médico: Afinal, qual melhor tributação escolher para menos impostos?

A análise dos diferentes regimes tributários para médicos, considerando um rendimento ou faturamento de R$ 15.000,00, ilustra claramente as vantagens financeiras de operar como Pessoa Jurídica (PJ) sob o regime do Simples Nacional. 

Com um desconto percentual significativamente menor, a opção PJ se destaca como a mais vantajosa economicamente, mesmo após considerar os custos com serviços de contabilidade especializados.

Comparativo de Rendimento Líquido

CLT: Rendimento Líquido de R$ 11.101,05, o que representa um desconto total de aproximadamente 25,99% sobre o salário bruto.

Autônomo: Rendimento líquido de R$ 10.351,05, o que representa um desconto total de aproximadamente 30,99% sobre os rendimentos.

PJ: Lucro líquido de R$ 12.953,70, o que representa um desconto total de aproximadamente 13,64% sobre o faturamento bruto.

Escolhendo a opção correta, você pode economizar até R$ 31.231,80 no ano!!!

Vantagens de Ser PJ

Maior Rendimento Líquido: Mesmo contabilizando o custo do serviço de contabilidade, o médico PJ retém uma maior parcela de seu faturamento.

Flexibilidade e Autonomia: Operar como PJ oferece maior controle sobre a gestão financeira e operacional da prática médica.

Suporte Especializado: Com a CONTFLIX, proporcionaremos uma gestão contábil e financeira eficaz, permitindo que o médico se concentre em sua prática sem preocupações administrativas.

Custo-Benefício: A relação custo-benefício de serviços contábeis especializados, como o oferecido pela CONTFLIX, é particularmente favorável, considerando o aumento do rendimento líquido e a economia de tempo em gestão burocrática.

Considerações Importantes

Ausência de Benefícios Trabalhistas: É importante notar que, ao operar como PJ, o médico abre mão de benefícios trabalhistas típicos do regime CLT, como férias remuneradas, FGTS e 13º salário. No entanto, o ganho líquido superior pode compensar essas ausências.

Empreendedorismo e Autonomia Profissional: A decisão de ser PJ vai além das questões financeiras, envolvendo o desejo de empreender e a busca por autonomia profissional.

O exemplo apresentado reflete como a escolha do regime tributário pode impactar significativamente os rendimentos de um médico, destacando a opção de Pessoa Jurídica como a mais vantajosa economicamente. Contudo, essa escolha deve ser ponderada levando em conta os objetivos profissionais, o modelo de trabalho e a disposição para gerenciar um negócio próprio, sempre com o suporte de serviços de contabilidade competentes e especializados.

 

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